No dia 14/04 retornamos a Aldeia Tukum para aplicar a devolutiva
de um projeto de "Uso consciente e reaproveitamento de água na Aldeia
Tukum", desenvolvido a partir de uma necessidade de se fazer um projeto de
intervenção do CC Universidade e Contexto Planetário, ministrado pelo Prof.
Gustavo Gonçalves.
A segunda visita à Aldeia Tukum, que fica localizada em Olivença e
que pertencia à etnia Tupinambá, a meu ver foi de grande importância para a
comunidade e para nós como estudantes da UFSB, que tem como projeto, atender as
necessidades da comunidade na qual está inserida. Esse tipo de projeto é
extremamente importante para mim como pertencente dessa cultura e que vejo o
quão é necessário trabalhar com as dificuldades dessas comunidades e a
importância de torná-los protagonistas de suas próprias ideias e projetos
dentro da aldeia.
O nosso retorno à comunidade para trabalhar com oficinas com as
crianças e com os adultos foi de grande valia e foi muito bem recebido e
abraçado pela comunidade. Mostrar para eles que a preservação da água não é
algo que está distante da ação deles e que se cada um fizer um pouquinho, podem
sim, obter grandes resultados.
Pensando nas futuras gerações, fizemos um trabalho com as crianças
da aldeia em formato de contação de histórias e pra mim foi a melhor
experiência que já pude participar, pois ver no rostinho de cada curumim a
alegria e a vontade de melhorar a situação da água de sua aldeia me fez ter a
sensação de dever cumprido. Ouvir das crianças, histórias sobre a origem da
água de sua comunidade me fez acreditar que estamos no caminho certo e que essa
oficina proporcionou um momento de muita troca.
Com as crianças, fizemos a apresentação do cordel, que foi feito
baseado em histórias de povos indígenas a respeito da água, e isso a meu ver,
proporcionou um ambiente mais relaxado, pois eles se viam representados naquela
história e isso ajudou bastante na elaboração da atividade final, que tinha
como propósito que cada um fizesse um desenho retratando o que poderia ser
feito para cuidar da água da comunidade e do planeta.
No final das oficinas, juntamos todos e discutimos o que foi
trabalhado e a importância desse trabalho na comunidade, dando espaço para que
as lideranças e membros da comunidade pudessem compartilhar o que acharam. Nesse
momento, o Cacique Ramon sugeriu que criássemos um seminário
socioambiental para a comunidade indígena e acadêmica, para uma discussão mais
sólida sobre o assunto.
Tomo como positiva a segunda visita à aldeia Tukum, e pra mim como
indígena e pertencente a essa etnia, sinto-me orgulhosa e feliz com o resultado
do projeto, pois sei da necessidade que temos de discutir sobre esse assunto e
como esse projeto pode transformar essa comunidade, levando em consideração as
entrevistas da primeira visita, onde era nítido que poucos se preocupavam com o
manejo correto da água.